terça-feira, 4 de dezembro de 2018

FIM DO CIRCUITO – HISTÓRIA E MEMÓRIA – Tapioca, o espetáculo.


Fotos de Ralph Fernandes
01.12.2012.

Na Avenida Manoel Borba, 23, Boa Vista, Recife, PE: Primeira reunião para o inicio da construção do espetáculo. Primeiras ideias, primeiros passos, primeiras decisões.

21.09.2014. 

No Teatro Marco Camarotti, Unidade do Sesc Santo Amaro, Praça do Campo Santo, Santo Amaro, Recife, PE: Primeira apresentação, estréia, primeiras respostas públicas, primeiras surpresas.

03.11.2018.

No Teatro Rui Limeira Rosal, em Caruaru, PE: Primeira apresentação do projeto Tapioca em Cena, Prêmio Funarte para Circulação de Espetáculos Circenses 2018, do Ministério da Cultura, Minc.

02.12.2018.

Hoje. Seis anos e um dia nos distanciam do primeiro encontro em Recife. Hoje, no pátio do Sesc Ler Pesqueira, PE, última apresentação do Circuito Tapioca em Cena, projeto contemplado no “Prêmio Funarte para Circulação de Espetáculos Circenses - 2018”.

Quatro anos e três meses se passaram da data da estréia, muitas incertezas e dúvidas, muitas certezas e acertos, afinal é da natureza da Arte e, por conseguinte, do Teatro, estar permanentemente diante do intangível, do efêmero, do incerto. Tapioca, um espetáculo aberto, impreciso, inconstante, tem uma trajetória de descontinuidade e de buscas. Trás a marca da resistência, tal e qual a luta do Circo.

Neste tempo entre o ontem originário e o hoje, diversos públicos puderam dialogar francamente com Tapioca, seus anseios, desejos, delírios em busca de salvaguardar o patrimônio popular, o Circo, aquele de todos os lugares, centros e extremos.

Estamos nessa lida com as Artes há muitos anos, nunca foi fácil construir a carreira de um espetáculo, nenhuma garantia de continuidade, nenhuma garantia de que o suor de seu trabalho lhe dará como retorno estar em cena. Montar um espetáculo e continuar com ele é uma saga, uma aventura, um incansável recomeço. Com Tapioca não tem sido diferente. Com Tapioca não tem sido fácil.    

Mesmo assim, conquistas foram sendo somadas desde a sua estréia:

 - Edital Funcultura 2013/14 - Secretaria de Cultura de Pernambuco / FUNDARPE / Montagem de Espetáculos

- Edital Funcultura 2015/16 - Secretaria de Cultura de Pernambuco / FUNDARPE /Circulação de Espetáculos pela Região Metropolitana do Recife.
- Edital Secretaria de Cultura/Fundarpe/Governo do Estado de Ocupação do Teatro Arraial (2018).
- Prêmio Funarte para Circulação de Espetáculos Circense 2018, do Ministério da Cultura, Minc.
- Apresentações em 13 Municípios de Pernambuco:
Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, São Lourenço da Mata, Cabo de Santo Agostinho, Paulista, Igarassu, Arcoverde, Petrolina, Caruaru, Tacaimbó, Belo Jardim e Pesqueira, incluindo a Vila de Mimoso.
- Participações no Festival de Circo do Brasil em 2014 e 2018.
- Participações na Mostra Capiba de Teatro (2014), no Janeiro de Grandes Espetáculos (2015), na Aldeia Yapoatam (2015), Aldeia do Velho Chico (2015), Festival de Teatro de Igarassu (2015).

Muito foi feito diante da complexidade que é fazer Artes no Brasil.
Muito pouco, se considerarmos os esforços e que já se foram 4 anos da data da estréia.
Hoje, em Pesqueira, última apresentação. Tempos incertos. Nenhum futuro demarcado, ainda mais se pensarmos nas questões da atualidade, quando um governo eleito já anunciou o fechamento e desmonte do Ministério da Cultura do Brasil.

Não pretendemos parar a trajetória e a caminhada do espetáculo, mas não há nenhuma certeza de que poderemos continuar. 


Tapioca, um Solo de Artista.

José Manoel Sobrinho
Diretor do espetáculo